Gisele Ulisse

Artísta Plástica e é a fundadora da Oficina de Artes.

Nasceu em Jundiaí em 1972, onde vive até hoje.

Gisele sempre gostou de desenhar e percebeu que esta era uma habilidade a ser desenvolvida, por isso fez Escola Panamericana de Arte, em São Paulo e depois decidiu se aprofundar nessa formação. E em 1996 terminou o curso de graduação em Artes Plasticas com licenciatura em Educação Artística pela UNESP, no campus da cidade de São Paulo.

Em seu trabalho de pintura Gisele sempre se dedicou a representação da figura humana. Tanto que buscou aperfeiçoamento em desenho de anatomia humana ao fazer curso de modelo vivo e o seu trabalho de conclusão do curso da faculdade foi sobre idosos, tema que sempre a motivou a fazer centenas de fotografias pelas ruas de Jundiaí.

A temática indígena surgiu em seu trabalho ao acaso. Sua mãe Olinda foi quem lhe mostrou uma foto de um índio e sugeriu que fosse o ponto de partida para uma pintura. A partir daí Gisele gostou do assunto e além dos nus que já fazia começou a realizar pinturas com os índios.

Quando em 1998 o colecionador e marchand suiço radicado no Brasil, Marcel Markus conheceu o trabalho da Gisele, ficou fascinado, sugeriu então que Gisele tentasse desenvolver e explorar o tema indígena. Com esse incentivo a artista passou a pesquisar mais o assunto e o tema começou à apaixoná-la.

No trabalho de Gisele Ulisse não existe uma preocupação antropológica, mas sim captar expressões e emoções, como também passar a relação dos indígenas com a cultura de seus ancestrais e o contato direto que eles tem com a natureza.

O processo de trabalho de Gisele tem como base fotografias feitas pela própria artista. Nelas busca as expressões que depois utilizará em seu trabalho, criando diversas combinações de imagens da figura humana, crianças e adultos, e elementos como cestos, cocares, instrumentos musicais, animais e a pintura corporal, característica dos indígenas brasileiros. Todos esses aspectos servem de inspiração para a artista.

“Ela é especialmente fascinada pelas cores dos adornos e pelos olhares e sorrisos das crianças indígenas, que considera bem mais autênticos do que os de muitas crianças urbanas, que já fazem um sorriso de pose de modelo quando vão ser fotografadas. A partir dessas imagens, ela encaixa elementos da natureza, como o bambu ou um pássaro, e estabelece seu processo criativo, geralmente marcado pelo predomínio de cores ligadas à terra, como o marrom.”

Oscar D’Ambrosio, Contando a arte de Gisele Ulisse. São Paulo: Noovha América, 2006, p. 32. (Coleção Contando a arte).

“Com a sua escola de artes e o seu trabalho artístico, Gisele Ulisse vai traçando uma trajetória muito pessoal nas Artes Plásticas. Baseada em sua habilidade no desenho, pinta índios não com o interesse de uma antropóloga, mas com a qualidade de uma artista que busca, pelo uso de tintas e pincel, conhecer melhor as expressões da alma humana.”